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"O diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um, e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove." Fernando Sabino

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O último tango em Sete Lagoas.





Parafraseando Bertolucci, tenho que confessar que o "último tango" combina extremamente com a situação vivida na última quarta-feira pelos torcedores do Estudiantes de La Plata.
O tango, ritmo melancólico mas ao mesmo tempo cheio de sensualidade e força, não foi a melodia que esteve presente nos ouvidos dos guerreiros azuis, mas se esteve, nossos guerreiros souberam utilizar da força para conseguir uma bela vitória.
Montillo é argentino, e trouxe com ele a força do ritmo sensual, presente no vai e vem de suas pernas, do bailado perfeito de suas jogadas. O último tango dos argentinos precisava de um hermano como maestro. E Montillo foi mais que maestro, foi guerreiro. Além do maestro contamos com os dançarinos que souberam conduzir a dama magistralmente. A dama, no jogo de quarta, era a bola, a senhora do destino daqueles que amam o fubebol. E parecia que aquela dama adorava cair nos pés de Roger, parecia não, era verdade, a bola acariciava as chuteiras do bailarino, tudo o que ele pedia, ela fazia de bom grado! E quando Wallyson a tirou para dançar, a bola apaixonada pelos passos seguia o ritmo imposto pelo jogador: mesmo que a tragetória mudasse, seu destino era o gol, e isso a dama fez de bom grado.

Cinco vezes a dama descansou nas redes, cinco vezes fez a platéia ir a loucura. O último tango entre as sete lagoas fez o torcedor celeste respirar os buenos aires da vitória. Vitória que não tem o gosto de revanche, pq revanche seria uma final, mas um gosto de superação. Nem nos meus melhores dias diria que o Cruzeiro, La bestia negra do continente, iria ganhar do Estudiantes de La Plata por um placar tão elástico. E ganhou, e arrasou, e trucidou o oponente. A torcida, que foi a platéia perfeita justamente porque jogou junto, lado a lado com os guerreiros em campo, foi vital para manter a concetração dos guerreiros e acabar com a do Verón.




A quarta-feira foi digna, foi perfeita para a dança. O último tango em Sete Lagoas vai ser lembrado para sempre nas páginas da história do futebol, porque o Estudiantes NUNCA havia perdido em uma competição internacional por um placar de cinco. Poucos sabem o gostinho que é disputar a Libertadores da América. Para muitos é bobagem, para nós, amantes do futebol, é uma das competições mais marcantes, mais dura e mais melancólica que existe, pois um errinho pode ser fatal.
Mas só aqueles que são guerreiros e humildes reconhecem a derrota, aprendem com ela e com isso, crescem e arrasam com o oponente na próxima oportunidade. Fizemos isso e provamos que para viver uma Libertadores é preciso muito mais do que torcer por um time alheio ao seu, é preciso coragem para enfretar a derrota, assumir seus efeitos, lutar e voltar com tudo. Só sabe o que é uma Libertadores quem realmente vive uma Libertadores ao lado de seus guerreiros. E isso, poucos no Brasil podem definir. E nós, guerreiros e guerreiras azuis sabemos muito bem!

Acelera Cruzeiro, acelera que o continente pode ser seu. E será pela terceira vez, pois La Bestia Negra voltou.




2 comentários:

  1. Essa o estudiantes nunca mais vai esquecer hehe

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  2. Otima jogada com o último tango" vizinha. Muito, muito bom seu blog. Poucas vezes vi algo tão bem escrito e definido (= Parabéns !

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