Estou desnuda sob teus olhos.
Estou desnuda como meu reflexo no espelho,
Onde enxergo mil defeitos.
Desnuda sob teus olhos,
Dispo-me de toda máscara,
De toda maledicência,
De toda armadura.
Perante teus olhos sou apenas uma alma
Desnuda,
Frágil demais,
Fácil demais de ser dominada,
Arrastada,
Acorrentada,
Entregue.
Entrego-me facilmente aos teus abraços,
Teu cheiro tem poder sobre mim,
Um cheiro morno, um cheiro agridoce,
Um cheiro que procuro em cada minuto do dia…
Estou despida de minha armadura,
Entreguei-me de vez ao cheiro, ao gosto, ao gozo.
Nada mais me pertence.
Hora de partir pra longe,
Correr e esconder,
Porque se eu continuar me despindo,
Terei machucados demais pra sanar,
E não quero isso mais,
Não mais…
“Dois...
Apenas dois.
Apenas dois.
Dois seres...
Dois objetos patéticos.
Cursos paralelos
Frente a frente......
Sempre......
A se olharem...
Pensar talvez:
“Paralelos que se encontram no infinito..
.”No entanto sós por enquanto.
Eternamente dois apenas.”
Pablo Neruda
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