Há versos, amor, que não consigo te escrever,
Há uma música no ar...
Uma tormenta de trovoadas entoando cantigas
E não consigo te ver, amor.
Não consigo te ter comigo.
Como se soubesse bem lá no fundo,
Que nossas almas se conhecem há tempos,
Que nossos corpos se entrelaçam em harmonia,
Mas tua razão, amor, afasta você de mim.
Há versos esquecidos aqui dentro,
Há folhas rasgadas pelo chão.
Gostaria de lhe dar um último abraço,
Aperta-lhe docemente as mãos,
Mas não há tempo para romantismo,
Nem mesmo sentimentalidades assim,
Não há mais versos, amor,
As trovoadas são o prelúdio do fim,
Apesar de ainda ter em mim
Uma sementinha de todo o benquerer do mundo...
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The Happy Lovers (c. 1770) by Jean-Honore Fragonard |
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