Amor, que saudade! Saudade virou clichê quando penso em
você. Algo como uma repetição inútil que deseja a presença do corpo. Tenho a
sua alma e sua voz, mas não tenho seu corpo e seu cheiro. Não tenho o seu olhar
no meu olhar. Isso dói, apesar de saber que mesmo em qualquer distancia eu
posso te amar. Posso te amar perto, posso te amar longe, posso te amar dentro e
fora de mim. Porque sei que posso te amar assim? Simplesmente porque me acalmo
ao seu lado, me acalmo na distancia da sua voz ao telefone. Já disse que você tem
poder sobre mim. Sempre teve, desde a primeira vez que nos beijamos. Há uma sensibilidade
altíssima em mim e como acredito em destino, almas gêmeas e amores eternos,
capto a essência do olhar. No começo você me quis ardentemente, eu sempre
soube. Seus olhos nunca me enganaram. Conheço pouco de você, mas por esse pouco
pauto meus sentimentos. Sua sinceridade me agride a alma desacreditada em
verdades. Mas logo aquele desejo sumiu de seus olhos e você se tornou duro,
frio, distante. Eu procurava pelo olhar que me encarou quando tudo começou e não
o encontrava. Entretanto, de nada adiantaria caras feias, olhares frios. No fundo
eu já sabia que eu seria só sua e que você se renderia a mim. Sabia, mas
desconfiei do que sabia. Sabia, mesmo quando chorava desesperadamente quando não
tinha nenhuma noticia. Sabia quando não sabia. Estava você longe e eu com
saudade. Uma saudade feita de fel, não a saudade que tenho comigo que repito
como repetimos os clichês. Você foi embora, você voltou. E eu continuei a sua
espera, como aquelas mulheres que esperavam a beira-mar os navegantes voltarem.
Você voltou e se esquivou. E confesso que não via aquela beleza que vi nos
primeiros dias contigo. Pensei que estava errada e estava. Foram poucos dias de
tormenta, mas foram dias de tormenta inacabáveis. Soube que esses dias estavam
no fim quando novamente encarei seus olhos. Você não se apaixonou por mim a
primeira vista e muito menos foi aquele que batalhou para me ter ao lado e nem
correu atrás de mim, diferentemente de tudo o que já havia me acontecido. Você me
deu trabalho demais. Você me machucou demais. Por isso eu sei que te amo
demais, por isso eu sei que posso te amar para sempre. Passei por diversas
barreiras para te ter comigo... É incrível como são as coisas dessa vida. Acho bonita
toda essa história no papel, mas não consigo me dar bem com ela na realidade. Porque
na realidade eu ainda vou guardar certas palavras que foram pronunciadas de
forma equivocada. Porque na realidade estou enfadada de tanta batalha contra
meu ego ferido. Você me perguntou se eu ia continuar repetindo e repetindo
coisas que já não existem mais. E eu disse que sim, sim e sim. Não porque eu
queira, simplesmente repito porque não consigo esquecer. Quando iniciei a
batalha, no fundo eu desconfiava da minha fragilidade, da minha fraqueza. Meu defeito
é guardar palavras, guardar palavras sem contexto. Palavras e ações. Aquela noite,
aquele quarto, aquele olhar e aquelas palavras não vão morrer tão cedo. Infelizmente
não vão a lugar nenhum. Vão continuar a me atormentar sempre que eu olhar para
os seus olhos, porque eu sempre lembro que não fui especial. E sempre me
pergunto por que isso tem tanta importância. Não sei por que isso tem tanta importância,
pois mesmo sabendo que hoje você me ama, não consigo esquecer aquelas palavras.
E não há como fugir da história, da memória, do passado. Eles estão presentes, estão
vivos, são partes do agora. Você foi o mais difícil dos amores e a história de amor mais bonita da minha vida. Você é o meu clichê romântico, você é a minha saudade colorida, você é o amor da minha vida e nossa história apenas começou e vai durar para sempre.
Certeza.
Uma beleza de história não tem final infeliz.
Uma beleza de história não tem final infeliz.
Meu amor pode durar para sempre, só depende da intensidade do seu.
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