A gente corre, a gente se mata,
mas nada vale a pena.
Nem o amor.
Porque ele é tão inconstante
como a água que cai do céu,
uma hora benção, outra desastre.
Nem o amor.
Ele me salvou um dia,
no outro me mostrou o quanto
somos frágeis.
Nem o amor protege a gente da gente.
É um buraco fundo,
a gente corre, a gente se mata,
pra nada.
E no fundo a gente sabe,
no fundo a gente sempre soube,
que não valia a pena.
Nunca valeu a pena.
Enganam-se todos,
Enganaram-se todos.
O sonho nunca foi real,
Eu que imaginei demais,
Nem o amor era amor,
Era carência (do outro) demais...
Por isso a demora de palavras tão simples,
de afetos tão generosos,
de uma entrega real.
Nem o amor.
Restam-me as fotos e as lembranças,
aquilo que recorta a alma e que afunda
a gente ainda mais no buraco,
Já não tenho mais medo da solidão,
lido bem com ela,
Antes só, que mal acompanhada.
Sempre dizem que as horas mais escuras
antecedem o amanhecer.
Estou nesse minuto, nessas horas,
Mas hei de vencer,
e reerguer e sorrir
e dizer
Sim ao amor.
Mas não agora,
não nesse minuto.
Quebrou-se o encanto,
A sonhadora acordou.
Mundo real lá vou eu,
Até cair novamente.
E que eu caia certeiramente
em um sorriso mais sorriso
e em um olhar mais sincero.
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