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"O diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um, e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove." Fernando Sabino

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Considerações ...


Quando se começa um relacionamento, ambas as partes não pensam no final. Tudo é o infinito de cores, sabores, desejos. A paixão domina cada pedaço de seu corpo, cada milímetro do seu pensamento. Muitas vezes omitimos nossos piores defeitos para não fazer a pessoa amada debandar. Outras tantas nos transformamos no melhor que podemos ser, porque encontramos alguém que nos ajuda a crescer, em vários sentidos da vida.

Há várias formas de amor, assim como há várias formas de relacionamentos. O amor nasce muitas vezes do encontro de dois corações semelhantes ou de duas almas completamente diferentes. Na verdade, não escolhe. Muitos podem pensar que estou descrevendo o sentimento da paixão, aquele sentimento que cega a alma, que nos faz cometer loucuras que em sã consciência não faríamos. A paixão não deixa de ser um estágio do amor. Um estágio que nunca deve ser abandonado deve ser sempre revisitado, porque se for esquecido, o amor derroca. E quando se termina um relacionamento? Há aqueles que dizem que não amaram, porque estavam cegos, que viveram um hiato em suas vidas. Outros dizem que foram os melhores anos compartilhados, de experiências e lembranças eternas. Nos dois casos, o amor se transformou. Ah... O amor quando entra em derrocada é tão triste e dolorido... Essa derrocada vem da falta de paixão, da falta de companheirismo, de carinho, de admiração. O amor se transforma quando você já não consegue olhar o outro com aquele carinho imensurável, quando o respeito é maior do que o sentimento de pertença. Sim, o respeito é vital em qualquer relacionamento da vida. Quando falta o respeito é sinal de que as coisas não podiam ter caminhado para onde caminharam. E muitas vezes aqueles que terminam um relacionamento dizendo que foi um hiato em suas vidas, não respeitaram ou não foram respeitados na relação. Perguntam-me o que seria esse respeito. Respeito à individualidade, a liberdade, respeito à pessoa do outro. Infidelidade é mais a quebra desse respeito do que atração física. E quando esse estágio acontece, poucos amores sobrevivem. O amor não acaba do nada, ele se transforma. Transforma em amizade, quando ainda há aquele resquício de admiração e respeito pelo outro que compartilhou sua vida com você. Ou se transforma em inimizade, raiva, rancor, quando já não há mais sinais daquilo tudo que um dia, fez você se apaixonar e por fim, amar. Há vários tipos de relacionamentos, há vários tipos de amores. Nenhum amor é igual ao outro, e cada um trás um pouco de aprendizado e leva algo da gente quando termina. Apagar lembranças não é um bom caminho. Recordar lembranças também não. Tudo o que vivemos faz parte do que somos e do que ainda vamos ser. Sua essência não muda, recebe influências. Mas quando você passa a perder o que você é de verdade, é hora de romper com tudo o que te faz sentir mal. Muitos acham que a felicidade se resume em compartilhar um amor. Sim, a felicidade é muito amor compartilhado, mas até que ponto você sacrifica sua felicidade por um amor que não te respeita como você é de verdade? Buscamos esse amor eterno, esse amor que tudo enfrenta e tudo derrota. Buscamos esse amor de salvação de nossas almas conturbadas pelo cotidiano latente e maçante. Mas na verdade, buscamos aquele amor de perdição, aquele que nos faz perder a razão, que quer fazer você largar tudo em uma tarde cheia de trabalho e sair correndo para comprar flores ou simplesmente deixar cair uma lágrima de saudade. Buscamos o suspiro doce na ausência amarga, buscamos contar as horas para que o dia logo termine e para que a noite ocasione um encontro de almas. Buscamos a salvação de nossos corações naquilo que chamamos de perdição. O amor que buscamos é aquele que faz você ser o melhor que pode ser, e não aquele que te transforma em algo que você não é. O amor que buscamos é aquele que te faz sorrir quando a situação é trágica, é aquele amor que faz você sair na rua e nem se quer notar o que se passa ao seu lado. A paixão é um ponto importante nisso, porque é ela que queima a primeira vista. Ambígua é a paixão, pois sozinha ela não leva ao amor, mas sem ela, o amor não perdura. Há de se ter o coração vazio para buscar novos caminhos. Se ainda tem lembrança ardente ou vontade de apagar tudo, ainda se tem amor, mas se há lembrança carinhosa, porém finita, é hora de se abrir para os novos caminhos da vida, pois nunca se sabe o que o destino nos reserva. Há de se ter coragem também, para enfrentar as conseqüências de uma paixão, as querelas de um amor. Pois o destino, que é a vida que levamos, tem pressa, pois o fio pode ser cortado a qualquer momento e você não ter amado verdadeiramente...

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