Vou viver essa loucura até o fim da semana, quando meus olhos pararem de buscar os seus que estão, há muito tempo, além da capacidade deles de enxergar... Não sei porque ainda me pego pensando em você. Na verdade sei. Porque mesmo cercada de coisas e pessoas interessantes, inteligentes, elegantes e lindas, não encontro graça em nenhuma delas pra dizer que pode ser minha. Também não tenho a menor graça de me entregar para um outro, desses que passa despercebido pelas longas e frias madrugadas. Não tenho paciência. Gosto do que eu conheço e conquisto. Se é que eu conquisto alguma coisa...
São seus olhos que me atormentam... sempre os olhos. Quando acordo relembro seus olhos de manhã preguiçosa. Quando me deito, relembro de seus olhos de noite amorosa. De tarde, quando não me deito e trabalho, logo me lembro de seus olhos atentos... São seus olhos que me tiram o sossego... Antes não olhar para eles... mas não resisto... e na verdade, nem quero.
Quantas luas até rever esses olhos... será que depois de outras tantas luas, esse seu olhar ainda vai repousar no meu? Será? Não quero imaginar e nem pensar, só recordar...
Porque se penso muito, tenho medo. Sim, muito medo de você não mais querer me ver, sei lá... Não somos nada, não temos nada, queria ser alguma coisa, queria ter muita coisa, na verdade queria construir muita coisa com você. Conquistar novos reinos, criar novas imagens, refazer velhos caminhos meus com você e esperar você me chamar para refazer os seus. Ainda quero muito.
O estágio "encantamento" em que estava, passou. De encantada me encontro apaixonada. Nunca tive tantas lágrimas em uma despedida, lágrimas que me pertenciam, só a mim. Não gosto que vejam o quanto sou fraca. Quero a feição dura e boba que me dão, sou mais feliz com essa imagem do que a verdadeira. Me exponho demais quando me apaixono. Fico ainda mais boba, um boba diferente da minha bobagem cotidiana. Meus dramas são mais dramáticos e meu sorriso é melancólico e minhas lágrimas, doces... De um adocicado tão cheio de saudade, que parece chocolate amargo.
Sim, a saudade é doce como um chocolate amargo. Não é 100% doce porque vem acompanhada do salgado das lágrimas que caem involuntariamente. Se eu pudesse não queria ter saudade, deixava o amargo do chocolate para as crianças que não tem noção do tempo, do vento e da distância... Mas não posso. Você não me deixa escolha. Agora, sempre que eu olhar as borboletas que "saltipicam" e os cachorros que andam sem rumo, vou lembrar de mim longe de você. Perdi meu rumo no dia que vi você sair daquela sala. Perdi meu rumo no dia que te conheci, sem saber quem era, como era e de onde vinha, meu coração se entregou ao seu. E só hoje, depois de tanta tempestade, de tanta andança e tempo é que fui perceber o quanto estou apaixonada por você.
E sim, vou guardar meu chocolate amargo para ser degustado lentamente quando você voltar... se voltar...Espero que volte pra mim...
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