Isso não tem explicação. Acontece. Realmente parecia que não ia acontecer com a gente... Mas aconteceu com a gente...
Nenhum drama, apenas a realidade. Um dia, o amor chegou, fez seu ninho, acalentou meu coração, tiveram lindos passarinhos azuis e eles voaram. Não podiam ficar no lindo ninho, porque haviam crescido de tal maneira, que ali já não cabia os dois. O ninho fez sua parte, alimentou os dois, com carinho, respeito, amor, muito amor. Mas os dois lindos passarinhos já não cabiam ali. Assim, antes do ninho desmanchar com vento e com as mexidas dos dois, os passarinhos resolveram voar e deixar intacto aquele ninho tão lindo, cheio de amor. Agora os dois seguem seus caminhos, cada qual para um lado. O amor não acabou, ele apenas se transformou em algo tão bonito quanto. Virou um laço que podemos quase chamar de eterno. Esse laço fica, querendo ou não, para sempre, porque nós não conseguimos ainda inventar uma forma de apagar lembranças, tanto boas quanto ruins. E assim, os passarinhos buscam novos rumos, não mais juntos, mas vão para sempre lembrar do ninho construído. Ele ficou para trás, porque todos mudam. Isso não tem explicação, é a vida.
E o amor também muda. Seja qual for a forma de amor... o dos passarinhos, creio eu, virou uma linda amizade. Cada qual seguindo seu rumo, sem nenhuma mágoa, tristeza ou rancor.
Não consigo mais responder perguntas cretinas. Não consigo mais compartilhar as mesmas respostas. Pessoas que eu gosto, eu relevo e até formulo melhor minhas respostas. Pessoas que não sabem nada de mim tem a resposta que merece.
Tem certas coisas que não tem explicação, simplesmente acontece: um tombo, um presente, uma perda, uma dor repentina, uma decepção, uma paixão. Essas coisas não avisam "Tô chegando". Chegam chegando. O fim também é assim, e o fim só é assim porque a gente não gosta de ver que ele chegou. Ao contrário de outras fatalidades...
Um romance acabou. Claro que chorei, claro que me entristeci, afinal, foram quantos anos? Quanto tempo compartilhado? Uma vida ali. E ai, você se dá conta que já não caminham mais juntos, que o eterno que um acreditava era o desdém do outro. É complexo, é dolorido, morre um pedaço seu. Apenas um pedaço, você continua vivo e ainda bem que continua vivo.
Isso acontece, infelizmente acontece. Talvez era a pessoa errada... porque a errada? Porque agora já não é mais a certa? Em um momento foi a pessoa certa, a pessoa que passaria a eternidade de meus dias, mas algo saiu errado. O plano não deu certo. Mas valeu a pena?! Claro que sim!
Todo amor vale a pena! E aprendi e ensinei tanto, cresci e retrocedi também... É bom compartilhar vidas, é ruim sim, quando se rompe, ainda pior quando se rompe com raiva, rancor e desrespeito... pior. Mas creiam, muito pior é não amar... Muito pior é passar pela vida e não ter tido um pinquinho de amor pra contar, mesmo os ditos "amores errados".
O caminho é feito de mil caminhos. Escolhemos um aqui, que pode demorar a cair no principal novamente, mas ele sempre te leva de volta. E você deixa tanta coisa para trás... E você agrega tantas coisas...Até encontrar o caminho certo, que te leve para o final...
Mas esse caminho certo é o derradeiro, é o que te encaminha para o úlimo dia de sua vida... e aí?
Imagina se você não escolheu nenhum atalho, imagina se você não se arriscou em uma paradinha maior na estrada, imagina! O fim do caminho chega e você nada sentiu, nada fez, nada viveu.
Porque amar e amar verdadeiramente faz com que a gente se sinta verdadeiramente vivo. Por isso digo que quando um amor termina leva com ele um pedaço da gente. Leva sim, um pedaço que causa dor na parte viva, porque essa parte quer ainda e quer muito voltar a viver. A dor vai passar. A dor sempre passa. A gente não esquece, é verdade, a gente não esquece o que faz doer, mas a dor a gente esquece. E quando vê, um dia você acorda e a dor já não existe. Você se lembra do que a causou e procura a dor, mas não a encontra... Vivendo a gente vai... Um dia a gente encontra de novo um amor, se enrosca e se estrepa de novo.
Quantos amores até o verdadeiro? Quantos amores até o fim?
Isso já não sei dizer...
E sim, ainda acredito em finais felizes... Ainda acredito na eternidade... Mas não me venha falar disso agora. Minha racionalidade ainda impera sobre a minha sensibilidade exacerbada. Olho no ascendente, porque é ele o causador de toda o meu romantismo ultrapassado há dois séculos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário