Tudo não passa de questões indefinidas e repartidas.
Conversas se tornam algo produtivamente inspirador
para um arauto.
O tempo transforma uma pequena estória em grandes epopéias.
Somos apenas o lápis na mão do destino.
Tudo aqui se baseia em vários fatos e conversas,
não só do poeta que tinge as mãos com as cores
das mais diversas canetas,
mas das mais diversas vozes que se abrem ao vento.
O fã não entendeu. Ou entendeu e fingiu de bobo.
Disse assim: "escreve um livro".
Eu ri e ri alto.
Não consigo escrever uma dissertação,
que me parece tão tranquila,
quiçá um livro tão cheio de conversas e fatos
dispersos entre mil pessoas queridas...
Acho bom deixar claro que tudo aqui
é uma reunião de experiências trocadas.
Não é só de Eleanor e Kell que se vive o arautos,
temos muita coisa inspirada...
Da mesma forma como fazia com a Samira,
quando escrevia tenros poemas de amor
sem amar o Israel...
Facilidade de me apropriar da beleza,
aroma,
felicidade alheia?
Talvez...
Eu só tento colocar em palavras
o que os meus olhos estão vendo...
Por isso escrevo... só por isso ainda escrevo...
O fã ficou desapontado... mas pediu algumas palavras.
Eis aqui as tuas palavras:
Inspiração é viver e sentir que de todos podemos traduzir
algumas coisinhas bonitinhas,
algumas coisinhas tristes,
algumas coisinhas agoniantes...
Deixei-o sentado na padaria,
e fui embora observando os pombos e os cachorros,
que compartilhavam da alegria de vencer mais um dia,
nesse mundo tão ficcional...
Renoir - Alphonsine Fournaise -1879
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