Ando muito romanceira... Não gosto muito de andar assim. Na verdade até gosto, mas esse negócio me deixa agitada demais. Acho que eu sou agitada demais, intensa demais, faladeira demais. Deveria deixar as coisas agirem normalmente, seguindo um curso... Deveria deixar para o destino arrumar os caminhos bagunçados, as ausências feridas, o barulho das folhas... Enfim... Não consigo. Mas ando muito romanceira.
Pra passar o tempo (como se eu quisesse mesmo passar o tempo) andei vendo uns filmes aí. Comecei com “Meia-noite em Paris”, achei lindo e digno, já falei dele por aqui. Depois assisti um M A R A V I L H O S O: “Em nome de Deus”, que conta a história de Pedro Abelardo e Heloísa. Pensa se tinha como eu não gostar?! Filme da Idade Média, mostrando um romance e ainda a construção de Notre Dame?! Receitinha fácil pra fazer as lágrimas caírem!
Aí, enquanto eu andava hoje pela manhã pelas ruelas da barroquita São João Del Rei, veio o mestre tirar o meu sossego. Do nada me veio à cabeça trechos de Neruda: “Não te quero senão porque te quero” Aiaiaiai... Logo esse poeminha do Neruda?! Pra quê isso, meu Deusinho! O cupido anda me rondando... Tá bom. Ando meio estressada pra Cupido, não quero saber de mais problemas... Enfim... Esse romanceiro que me toma, não poderia tomar. Queria mesmo era ter uma pedra no lugar do coração. Evitaria tanto a fadiga... Mas como não posso evitar, deixa a porcaria da flecha do cupido entrar fundo em minhas entranhas, deixa sangrar, deixa os fios se misturarem, deixa. Uma hora pára de jorrar e eu esqueço o que nunca deveria lembrar...
Deixa o sono cair, que hoje o que preciso mesmo é dormir, pra descansar o corpo, a alma e esse coração inútil...
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Young Girl Sleeping1880 Renoir |
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