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"O diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um, e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove." Fernando Sabino

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Semeadura

Acredito sim, no eterno. Há quem diga que o eterno é efêmero, uma palavra que deveria ser riscada do dicionário para não causar esperança aos mais desavisados. Não concordo e não assino embaixo de forma alguma.
Acredito que existe sim um “para sempre”. Seja no amor ou na amizade. Mas esse “para sempre” não pode e não deve ser confundido com a pasmaceira de um cotidiano sem perspectiva, justamente por achar que já se conquistou o que queria e agora é apenas manutenção. Não é não.
Para se manter um “eterno” há de se ter muito trabalho, trabalho árduo muitas vezes, trabalho gostoso na maioria. Acho que mudanças são cabíveis dentro desse tempo enorme, também concordo que cada um precisa ser respeitado dentro dessa viagem e que as mãos, muitas vezes, podem se separar por alguns segundos, mas os corações se mantém unidos, disso a gente sabe.
Para se ter um “para sempre” é preciso mais do que amor, é preciso ter confiança, respeito, carinho, admiração... Saber que o outro necessita de um abraço ou de um baita puxão de orelha, saber que haverá rusgas intensas, mas essas rusgas poderão ser sanadas com belas risadas regadas a intensos beijos e abraços.
A pasmaceira do cotidiano deverá existir, ela também é essencial para o eterno, entretanto não deve ser levada ao extremo da preguiça, não deve ser compreendida como a falta de leveza no outro.
Para se ter o eterno, é preciso trabalho árduo, encarar uma leoa durante a tmp ou um leão após a derrota no futebol. Para ser eterno é preciso superar a barreira da “grama verde do vizinho”. Entendo que cada um é diferente do outro e se a relação que seu amigo tem parece mais perfeita que a sua, não significa que a sua também não seja perfeita, ou que sua amada não lhe ame com o que há de melhor nela.
Para ser “para sempre” é preciso ser cativado profundamente, cativar a amizade e o companheirismo, aumentar a admiração... Tudo isso é essencial, e tudo isso deverá ser feito no cotidiano, desde a hora em que se acorda a hora que se dorme. Cativar é trabalho tão gostoso! Esquecemos disso, como disse a raposa para o pequeno príncipe. Quando somos pequenos a idéia do “para sempre” é tão palpável! Porque quando crescemos nos esquecemos que isso é mais do que possível?
Há de ser valente o bastante para acreditar nisso. Acreditar que tudo termina, dá prazo de validade para tudo, sobretudo relacionamentos, é findá-lo antes mesmo de tentar. Já tive relacionamentos que pensei que duraria a vida inteira. Por mim duraria, mas faltou aquela valentia do outro em me compreender, em saber que a leoa andava faminta de carinho, atenção... Que não perdoaria uma traição... Aí o eterno vira transitório, e muita gente perde a crença na beleza do “pra sempre”.
Posso dizer que comigo, o transitório abriu meus olhos, desafogou a alma e libertou o coração. O tempo é de semeadura, logo germina algo bonito de novo, e o tempo, senhor de todos, há de fazer com que o “para sempre” se torne algo novamente real. Não tenho pressa com isso, só não perco a perspectiva de ter a luta cotidiana em mim, novamente...


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