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"O diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um, e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove." Fernando Sabino

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Euforia

“Tem certas coisas que o coração fala
E a mente não escuta.
Pra quê mexer com a razão
Se a euforia do amor é absoluta?
Mas com o tempo o coração se cala
E a mente reina na penumbra,
Pois a euforia passa
Assim como passam as multidões...”

Resta-me dizer algumas palavras. Quando a gente ama parece que o mundo inteiro é para aquela pessoa. Todos os dias, todas as horas. Diferente da paixão que te cansa com o passar do tempo, essa comunhão de sentimentos se expande cada dia mais, transformando sua vida em um eterno encontro onde borboletas “saltitam” em seu estômago.
Mas essa euforia passa... me disseram.
Não acredito que isso aconteça, mas hoje ouvi de uma pessoa que eu conheço algo que me deixou a beira de um ataque de nervos. Tal fato era relacionado a “coisas ditas em momentos de euforia”.
Pensar pra falar é raro, cada vez mais raro na sociedade de hoje em dia, mas esse meu amigo me falou que essas “tais coisas” foram ditas em um momento de euforia a dois. Ou seja, meu amigo andou falando mais do que queria pra quem não deveria.
Pergunto-me, se o amor é guiado pelo coração, que nada tem a ver com a razão, por que tais palavras não poderiam ter sido ditas? Podem sim, claro que pode! A verdade mais pura é a verdade eufórica, é a verdade da mesa do bar, por exemplo. Ninguém te pergunta nada daquilo, mas a verdade vem como uma ânsia que não dá pra segurar e se vomita em cima daqueles a sua volta.
Mas no amor…
Acho que esse meu amigo sente medo. É um inseguro. Tem medo de amarras, por isso usa do artifício da euforia. Mas se o que foi dito foi dito em momentos de euforia e hoje já não é mais verdade, das duas uma: ou o que foi dito era balela ou o amor que vivia, definhou.
Amor que é amor não definha e nem morre. Paixão é que morre no passar das batidas comuns das horas, nas pegadas do cotidiano vão se perdendo. O cotidiano se abate e abate a paixão num piscar de olhos. Se a euforia passou, se a depressão chegou, pode saber, o amor se acabou.
E não adianta vir com “panos quentes” dizendo que falou sem pensar nas conseqüências. Muitas vezes o nosso primeiro “eu te amo” sai no meio da euforia, da alegria. Sai porque já se sentia, sai naturalmente na onda de festa porque ele já existia. Agora, não me venha dizer que as palavras ditas se transformaram em um pudim de falsas palavras, pois a minha resposta será apenas uma pergunta: Ainda resta fôlego para o amor?
Se a euforia passou e a depressão chegou, aquela certeza que tinha meu amigo se acabou, pois há incontáveis estrelas no chão, estrelas que não pensaram antes de se jogar no espaço vazio para encontrar o mar. A euforia as fez cair. A euforia as fez morrer. Sentir não resta mais. Quando o amor vira piada é porque a razão chegou e pode ter certeza que aquela euforia do principio, que com o tempo se acabou não era amor, era um sentimento mais baixo. Nem paixão talvez...
Não há mais estrelas brilhantes no céu. Romantismo e alegria não existem mais fora da euforia. Existem agora apenas palavras cercadas e cegas pela razão.
Sinceramente, eu acho que meu amigo se ferrou...

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