"Confesso que me dá uma saudade irracional de você. E tenho vontade de voltar atrás, de ligar, de te dizer mil coisas, e cair em suas mãos, sem me importar com nada."
É bem mais fácil se condicionar a uma situação mais ou menos.
Estou acostumando com uma situação mais ou menos.
Num quero.
Num quero mais.
Apesar de gostar um pouco de tudo o que eu não queria gostar,
Vou ter que deixar a razão no comando de novo.
Não se pode trocar os comandos…
Andei fazendo isso durante esse ano,
Trocando os comandos,
Não deu certo,
Hora de voltar à razão pro lugar,
Porque num to gostando muito do lugar que estou,
Das companhias que tenho,
Das palavras que ouço…
Enfim, o teste falhou. Hora de acordar!
Ando perdendo muito tempo,
Ando perdendo energia novamente.
Num dá pra perder energia como eu perdia.
Mas acho q isso tem muito a ver comigo mesmo,
Que me sinto atraída pelo perigo de ser novamente um caule,
Um aparato de segurança e apoio.
Mas onde eu deixei o meu caule?
Acho que nem tenho...
Passo a vida procurando um suporte,
Uma mãozinha pra ajudar,
Mas já andaram me falando que eu nem preciso disso não.
Nem sei por que pensam assim…
Na verdade sei,
Por isso confesso que não quero mais nada do que eu tenho,
Porque já saturou demais minha pobre alma.
Num agüento mais sorrir todos os dias e nem fazer as mesmas coisas.
Amanhã é outro dia,
mas mesmo assim
eu preciso realmente de férias…
Edgar Degas - O bebedor de Absinto
"É, eu confesso que não é exatamente a realidade que eu esperava encontrar. Talvez isso mude. Talvez você entre na minha vida sem tocar a campainha e me sequestre de uma vez. Talvez você pule esses três ou quatro muros que nos separam e segure a minha mão, assim, ofegante, pra nunca mais soltar. Talvez você ainda possa pular no rio e me salvar. Ou talvez eu só precise de férias, um porre e um novo amor. Porque no fundo eu sei que a realidade que eu sonhava afundou num copo de cachaça e virou utopia”.