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"O diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um, e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove." Fernando Sabino

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Sentimentalismo acadêmico

Hoje se encerrou a Semana da Oficina de Paleografia da UFMG, projeto discente que atualmente participo aqui, na pós-graduação de História. Hoje eu cheguei em casa e fiquei lembrando da minha trajetória e de como eu fui sortuda! Apesar das pedras no caminho eu conheci tanta gente legal, que me pego sempre sendo piegas demais nesse mundo duro e árduo.

Pois bem, eis que resolvo postar fotos antigas dos meus tempos de LABDOC-UFSJ, quando ainda estava no meio da minha graduação, e o pessoal top que fazia parte da equipe labdockiana veio comentar. Descubro então que todos se lembram da minha dita "carta-testamento" que fiz quando sai para a Iniciação Científica e li no meu último dia de trabalho. Deixei a dita pregada no mural. Dizem as más linguas que logo ela foi pro lixo. Não sei.

Mas eis que a Aline me fala sobre uma passagem da carta: "lembro que você citou Tolkien". E eu não lembrava! Fui á caça da carta e aqui a reproduzo. Hoje, depois de reler minha carta-testamento me senti até um pouco orgulhosa. Continuo tentando ser o que eu penso ser o melhor e não quero me voltar pro lado negro da força.

Pessoal, meus sinceros agradecimentos. Vocês me forjaram.

Segue a carta:

Aos meus queridos Amigos do Labdoc, minha carta testamento

Diz que todo o homem é feito de poesia. Não me lembro quem disse essa frase, se foi algum poeta famoso ou se foi poesia de boteco ou se eu inventei em algum devaneio infantil, mas acredito. Acredito que todo homem é uma poesia e cada dia vivido, é um verso novo, cheio de carinho que se acrescenta nessa poesia que só termina quando você termina.
            Durante três anos ganhei versos para a minha poesia nesse santuário, hoje branco, da História. Existem milhares desses santuários e sei que hoje vou finalmente encerrar vários  versos e partir pra outro. Mas a vida é assim mesmo, é mudança, é verso novo pintado sobre aos papeis da memória. Deixa saudades, deixa sentimentos ruins também, ninguém é perfeito para não sentir nada, digamos... Ruim.
            Enfim, como ia dizendo, hoje vou sair desse Santuário da História e partir pra outro. Lembro da primeira vez que cá entrei. Era noite, não me recordo à hora, sei que era uma turba de calouros inexperientes, ou melhor, burros, que cá entravam e se maravilharam: “é daqui que nascem os nossos bebês!”. Nunca me esqueci dessa frase e tenho certeza que não vou me esquecer jamais. É um verso maravilhoso que já faz parte da minha história. Compartilhar essa maravilha, era o que eu quis naquele momento e daquele momento até hoje, não arredei pés daqui.
            Graças a Deus que não, ou talvez sim, vai saber…a minha poesia ainda não se findou, mas creio que não me arrependo de nada que conquistei aqui, pois tudo o que foi vivenciado aqui será eterno, estará gravado sobre os meus papéis, em minha memória…
            Porém, tenho um problema: Memória seletiva. Por isso acredito que todo homem é uma poesia, pois os versos que compõe nossa ode são apenas os mais especiais, os mais marcantes! Nunca me esquecerei da Gabi me levando a noite minha pulseirinha de miçangas esquecidas no bolso do jaleco na sala de higienização, nunca esquecerei as horas das lágrimas derramadas e de gargalhadas intensas! Nunca me esquecerei das conversas de férias com o Lucas, nossos trabalhos de arte e os desagradáveis empecilhos a uma conversa sincera… Nunca me esquecerei das horas maravilhosas de casos contados pela Natália e nem o silêncio da Ana e nem a acidez doce da Aline! Se não fossem vocês, meninas, minhas manhãs não seriam tão alegres, tão agridoces como o sorriso de você! Angelita, o que dizer sobre você? Uma descoberta, um tesouro eterno que viverá para sempre, não somente nos meus versos, mas no meu coração! Esses versos são eternos! E não pense que me esqueci da minha bandida favorita, da minha Maíra, poço de honestidade, força de vontade e sabedoria! Minhas manhãs ficaram tristes sem sua presença amiga…
Como se esquecer das horas de alegria e do quadro de “La boca” trazido pelos Eduardo em um dia fatídico para o meu coração celeste? Como se esquecer do Eduardo!? Sem a mínina chance!Como também não tem como não rir dos casos mais acasos do nosso querido “Forest Gump”, o Robson! Não tem como esquecer! Alessandro, a culpa não é da sombra e sim da sombra que habita os corações humanos! Nunca deixe que nenhuma sombra lhe oculte o brilho dos seus olhos! Emanuel, Emanuel, querido amigo das horas mais incertas! Sua capacidade foge aos olhos daqueles que temem as mudanças, daqueles que nunca lutaram verdadeiramente com o coração sincero! Você é maior do que todos aqueles que lhe atiram pedras, porque você é bom e tem amigos sinceros ao seu lado! Ah, Marcos, Marquinhos! Não me esqueci de você e nem tem como! Apesar de não estar por perto de ti, sei da sua benevolência e do amor ao próximo, coisa rara… por isso guardo você em dos meus versos mais sinceros!
Como queria rever o Márcio, o Renan e a Bárbara… Queridos, que deixaram sua marca tão profunda em meu coração, cada um de sua forma, cada um com sua personalidade. Todos não hesitaram em partir e sei que são felizes longe daqui, em outros ares…
Maria Elisa… Ah, Maria, uma confusão que amo! Uma sinceridade que admiro! Um coração maior do mundo! Um coração que guardo comigo! Vivi, sua “onça braba”, coração valente essa menina, agradeço seus conselhos e suas caronas! Meus dias de colônia eram muito bons em sua companhia, não importa se de carro ou ônibus, pois o que conta é companhia! Mariana, obrigada por me ajudar a encontrar “Cordeirinhos”, Jesus ficou exultante com a sua sinceridade e por sua bondade em me emprestar a Bíblia!
Como me esquecer da Lucienne?! Gente, não tem como! Como não me esquecer a felicidade que senti quando me falaram que a Lucienne tinha restaurado os Profetas! Fiquei exultante quando fui trabalhar com ela! Imagina! Ainda por cima amiga da Myriam Ribeiro?! Sorte a minha de ter servido ao seu lado no Labdoc. Apesar de não ter sido umas das melhores e dos puxões de orelha, tenho certeza que meus versos não seriam completos sem as manhãs na salinha!
Ivan, Ivan... No primeiro período te chamava de “Ivan, o terrível”. Tinha certo receio de você, verdade… mas te chamei assim bem no começo, antes mesmo de lhe conhecer, pois tudo mudou quando você nos mostrou de onde vêm os nossos queridos bebes… Obrigada por ter me aceitado aqui, um obrigado que você já ouviu embrulhado em lágrimas que eu tentei, em vão, lhe esconder…
Versinhos meus, Labdoc querido, vou-me embora, mas retorno para visitá-los! Uma hora a gente precisa ir, não é mesmo? O mundo é feito de mudanças e sei que elas são pra melhor, apesar de existirem gente que ainda diz que não e as temem. Não sei como vai ser ano que vem e os próximos, mas sei que todos os sentimentos que colhi aqui me transformaram em uma pessoa melhor, me mostram os meus defeitos e eu pude vislumbrar o que eu não quero ser e o que quero ser! Quero um pedacinho de todos que eu aprendi a amar em mim, completando a minha poesia, cheia de alegrias, amor, uma pitada de sentimentos ruins (que não foge ao ser humano) e principalmente autenticidade. Quero tudo isso e desejo o mesmo a todos!
Gabi, minha irmãzinha querida, te amo! Angelita, minha linda, quero você sempre comigo! Maria Elisa, minha estrelinha, confio em você!Maíra, minha sincera amiga, o mundo é seu! Aline, nem tudo que reluz é ouro e nem todo vagante é vadio! A vida é bela, não é mesmo Nat? E eu adoro muito você! Aninha, meu exemplo de como se comportar, te adoro também! Alessandro, Emanuel, Róbson, Marquinhos. Homens labdoquianos! Prossigam sempre avante! Wágner, sorte pra você por aqui, garanto que sorte é o melhor talismã para a vida.
Queridos, au revoir, see you, até logo e avante!
Obrigada por tudo e desculpa qualquer coisa…




Últimos desejos:
Deixo meu Jaleco pra lavar...
Sorte para aquele que irá tomar conta do meu escaninho e conseqüentemente herdará o meu jaleco e meu lugar. Honre meu nome, aquele que ocupar minha cadeira, diga a todos como eu fui uma ótima pessoa! Quero que Natália, Ana Célia e Aline conte as proezas que eu realizei na salinha e de como eu era uma pessoa... Como é mesmo Nat? “Olha que louca essa Kellen”… Lucienne, não as deixe mentir, por favor!


Já estou com saudades…

























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