Breve histórico...

Minha foto
"O diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um, e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove." Fernando Sabino

sábado, 10 de maio de 2014

Um poema triste.

A minha alma lacrimosa,
lacrimeja por sentir-se dolorosa.
A cada conta que faço do meu tempo,
percebo que haverá pouco amor
e muito lamento.
Culpa minha,
minha culpa infinita.
Busquei novas artes e novo engenho
em uma fonte seca,
em uma fonte seca de palavras.
Somos feitos de sonhos e de palavras.
A ausência delas machuca.
A ausência delas mata.
Mata lentamente quem ama,
mata lentamente quem deseja,
mata lentamente quem ouve
as palavras malditas da boca adorada.
A minha alma lacrimosa
lacrimeja por todas as batalhas
perdidas,
e por ter ganho a maldita guerra,
que comecei por minhas mãos
e hoje não sei como findá-la.
Choro pelo meu cansaço,
choro por todas as palavras bonitas
que leio e não ouço,
e por todas as bonitas que me dizem,
mas não por quem eu queria ouvir.
Haja tanta dor para um coração miúdo!
Estou cansada.
Essa vida não vale nada.
Nós somos o que fazemos,
ouvimos, dizemos...
Há quem não diga nada,
não sonhe nada,
que apenas pense, racionalize, pense.
Sou como a personagem
daquele livro que me fez chorar:
uma sacudidora de palavras
que precisa ser sacudida também.
Mas que precisa ser amada,
cuidada, acalentada, sonhada.
Quando o fim se aproxima,
já não há mais borboletas,
há um vazio,
um grilo apenas
a encher a mente de ruídos de silêncio maculado.
Saudades de quando se ouvia
as palavras sinceras de um coração
verdadeiramente apaixonado.
Quando o fim se aproxima,
o vento é mais cortante,
por isso os olhos lacrimejam,
como a alma cortada por desejos
tão imundos quanto indigestos...


Seguidores