Breve histórico...

Minha foto
"O diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um, e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove." Fernando Sabino

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Carta aberta para você


Amor, que saudade! Saudade virou clichê quando penso em você. Algo como uma repetição inútil que deseja a presença do corpo. Tenho a sua alma e sua voz, mas não tenho seu corpo e seu cheiro. Não tenho o seu olhar no meu olhar. Isso dói, apesar de saber que mesmo em qualquer distancia eu posso te amar. Posso te amar perto, posso te amar longe, posso te amar dentro e fora de mim. Porque sei que posso te amar assim? Simplesmente porque me acalmo ao seu lado, me acalmo na distancia da sua voz ao telefone. Já disse que você tem poder sobre mim. Sempre teve, desde a primeira vez que nos beijamos. Há uma sensibilidade altíssima em mim e como acredito em destino, almas gêmeas e amores eternos, capto a essência do olhar. No começo você me quis ardentemente, eu sempre soube. Seus olhos nunca me enganaram. Conheço pouco de você, mas por esse pouco pauto meus sentimentos. Sua sinceridade me agride a alma desacreditada em verdades. Mas logo aquele desejo sumiu de seus olhos e você se tornou duro, frio, distante. Eu procurava pelo olhar que me encarou quando tudo começou e não o encontrava. Entretanto, de nada adiantaria caras feias, olhares frios. No fundo eu já sabia que eu seria só sua e que você se renderia a mim. Sabia, mas desconfiei do que sabia. Sabia, mesmo quando chorava desesperadamente quando não tinha nenhuma noticia. Sabia quando não sabia. Estava você longe e eu com saudade. Uma saudade feita de fel, não a saudade que tenho comigo que repito como repetimos os clichês. Você foi embora, você voltou. E eu continuei a sua espera, como aquelas mulheres que esperavam a beira-mar os navegantes voltarem. Você voltou e se esquivou. E confesso que não via aquela beleza que vi nos primeiros dias contigo. Pensei que estava errada e estava. Foram poucos dias de tormenta, mas foram dias de tormenta inacabáveis. Soube que esses dias estavam no fim quando novamente encarei seus olhos. Você não se apaixonou por mim a primeira vista e muito menos foi aquele que batalhou para me ter ao lado e nem correu atrás de mim, diferentemente de tudo o que já havia me acontecido. Você me deu trabalho demais. Você me machucou demais. Por isso eu sei que te amo demais, por isso eu sei que posso te amar para sempre. Passei por diversas barreiras para te ter comigo... É incrível como são as coisas dessa vida. Acho bonita toda essa história no papel, mas não consigo me dar bem com ela na realidade. Porque na realidade eu ainda vou guardar certas palavras que foram pronunciadas de forma equivocada. Porque na realidade estou enfadada de tanta batalha contra meu ego ferido. Você me perguntou se eu ia continuar repetindo e repetindo coisas que já não existem mais. E eu disse que sim, sim e sim. Não porque eu queira, simplesmente repito porque não consigo esquecer. Quando iniciei a batalha, no fundo eu desconfiava da minha fragilidade, da minha fraqueza. Meu defeito é guardar palavras, guardar palavras sem contexto. Palavras e ações. Aquela noite, aquele quarto, aquele olhar e aquelas palavras não vão morrer tão cedo. Infelizmente não vão a lugar nenhum. Vão continuar a me atormentar sempre que eu olhar para os seus olhos, porque eu sempre lembro que não fui especial. E sempre me pergunto por que isso tem tanta importância.  Não sei por que isso tem tanta importância, pois mesmo sabendo que hoje você me ama, não consigo esquecer aquelas palavras. E não há como fugir da história, da memória, do passado. Eles estão presentes, estão vivos, são partes do agora. Você foi o mais difícil dos amores e a história de amor mais bonita da minha vida. Você é o meu clichê romântico, você é a minha saudade colorida, você é o amor da minha vida e nossa história apenas começou e vai durar para sempre.

Certeza.
Uma beleza de história não tem final infeliz.

Meu amor pode durar para sempre, só depende da intensidade do seu.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Eleanor


Ando por cidades antigas,
E meu coração parece relembrar
De vidas que nunca tive,
De sonhos que nunca sonhei.
Estou sozinha em um devaneio
Que não tem inicio e nem fim,
Apenas o meio.
Quantas almas eu tenho?!
Uma ou mil?
Acho que minha alma é tão velha
Que já dividiu terra com muita gente...
Uma parte de mim é riso frouxo,
Outra é choro intenso.
Não sei desvencilhar da alma sentimentalidades mesquinhas.
Sou como sou,
Pedra cascalho lapidada como diamante.
Pra quem merece sou diamante,
Bela e dura,
Pra quem merece sou cascalho,
Comum e maleável.
Posso ser um pouco dos dois,
Diamante cascalho,
Bela e maleável,
Comum e dura.
Depende de como você vai me encontrar,
E se vai me encontrar...
Sou poeta e sou vazia,
Tenho dias de trovador
E dias de trovão.
Não sei quantas almas tenho,
E nem quantas vidas vivi,
Mas sou apenas o que me resta no espelho,
Um retrato moreno de cachos castanhos
E olhar sorrateiro de noite de lua cheia...


Seguidores