Pois bem, eis que resolvo postar fotos antigas dos meus tempos de LABDOC-UFSJ, quando ainda estava no meio da minha graduação, e o pessoal top que fazia parte da equipe labdockiana veio comentar. Descubro então que todos se lembram da minha dita "carta-testamento" que fiz quando sai para a Iniciação Científica e li no meu último dia de trabalho. Deixei a dita pregada no mural. Dizem as más linguas que logo ela foi pro lixo. Não sei.
Mas eis que a Aline me fala sobre uma passagem da carta: "lembro que você citou Tolkien". E eu não lembrava! Fui á caça da carta e aqui a reproduzo. Hoje, depois de reler minha carta-testamento me senti até um pouco orgulhosa. Continuo tentando ser o que eu penso ser o melhor e não quero me voltar pro lado negro da força.
Pessoal, meus sinceros agradecimentos. Vocês me forjaram.
Segue a carta:
Aos
meus queridos Amigos do Labdoc, minha carta testamento
Diz que todo o homem é feito de poesia. Não me lembro quem
disse essa frase, se foi algum poeta famoso ou se foi poesia de boteco ou se eu
inventei em algum devaneio infantil, mas acredito. Acredito que todo homem é
uma poesia e cada dia vivido, é um verso novo, cheio de carinho que se
acrescenta nessa poesia que só termina quando você termina.
Durante três anos ganhei versos para
a minha poesia nesse santuário, hoje branco, da História. Existem milhares
desses santuários e sei que hoje vou finalmente encerrar vários versos e partir pra outro. Mas a vida é assim
mesmo, é mudança, é verso novo pintado sobre aos papeis da memória. Deixa
saudades, deixa sentimentos ruins também, ninguém é perfeito para não sentir
nada, digamos... Ruim.
Enfim, como ia dizendo, hoje vou
sair desse Santuário da História e partir pra outro. Lembro da primeira vez que
cá entrei. Era noite, não me recordo à hora, sei que era uma turba de calouros
inexperientes, ou melhor, burros, que cá entravam e se maravilharam: “é daqui
que nascem os nossos bebês!”. Nunca me esqueci dessa frase e tenho certeza que
não vou me esquecer jamais. É um verso maravilhoso que já faz parte da minha
história. Compartilhar essa maravilha, era o que eu quis naquele momento e
daquele momento até hoje, não arredei pés daqui.
Graças a Deus que não, ou talvez
sim, vai saber…a minha poesia ainda não se findou, mas creio que não me
arrependo de nada que conquistei aqui, pois tudo o que foi vivenciado aqui será
eterno, estará gravado sobre os meus papéis, em minha memória…
Porém, tenho um
problema: Memória seletiva. Por isso acredito que todo homem é uma poesia, pois
os versos que compõe nossa ode são apenas os mais especiais, os mais marcantes!
Nunca me esquecerei da Gabi me levando a noite minha
pulseirinha de miçangas esquecidas no bolso do jaleco na sala de higienização,
nunca esquecerei as horas das lágrimas derramadas e de gargalhadas intensas! Nunca me esquecerei das
conversas de férias com o Lucas, nossos trabalhos de arte e os desagradáveis
empecilhos a uma conversa sincera… Nunca me esquecerei das horas maravilhosas de casos contados
pela Natália e nem o silêncio da Ana e nem a acidez doce da Aline! Se não
fossem vocês, meninas, minhas manhãs não seriam tão alegres, tão agridoces como
o sorriso de você! Angelita, o que dizer sobre você? Uma descoberta, um tesouro
eterno que viverá para sempre, não somente nos meus versos, mas no meu coração!
Esses versos são eternos! E não pense que me esqueci
da minha bandida favorita, da minha Maíra, poço de honestidade, força de
vontade e sabedoria! Minhas manhãs ficaram tristes sem sua presença amiga…
Como se esquecer das horas de alegria e do
quadro de “La boca” trazido pelos Eduardo em um dia fatídico para o meu coração
celeste? Como se esquecer do Eduardo!? Sem a mínina chance!Como também não tem como não rir dos casos mais acasos do
nosso querido “Forest Gump”, o Robson! Não tem como esquecer! Alessandro, a culpa não é
da sombra e sim da sombra que habita os corações humanos! Nunca deixe que
nenhuma sombra lhe oculte o brilho dos seus olhos! Emanuel, Emanuel, querido amigo das horas mais incertas!
Sua capacidade foge aos olhos daqueles que temem as mudanças, daqueles que
nunca lutaram verdadeiramente com o coração sincero! Você é maior do que todos
aqueles que lhe atiram pedras, porque você é bom e tem amigos sinceros ao seu
lado! Ah, Marcos, Marquinhos! Não me esqueci de você e nem tem
como! Apesar de não estar por perto de ti, sei da sua benevolência e do amor ao
próximo, coisa rara… por isso guardo você em dos meus versos mais sinceros!
Como queria rever o
Márcio, o Renan e a Bárbara… Queridos, que deixaram sua marca tão profunda em
meu coração, cada um de sua forma, cada um com sua personalidade. Todos não
hesitaram em partir e sei que são felizes longe daqui, em outros ares…
Maria Elisa… Ah, Maria, uma confusão que amo!
Uma sinceridade que admiro! Um coração maior do mundo! Um coração que guardo
comigo! Vivi, sua “onça braba”, coração valente essa menina, agradeço seus
conselhos e suas caronas! Meus dias de colônia eram muito bons em sua
companhia, não importa se de carro ou ônibus, pois o que conta é companhia!
Mariana, obrigada por me ajudar a encontrar “Cordeirinhos”, Jesus ficou
exultante com a sua sinceridade e por sua bondade em me emprestar a Bíblia!
Como
me esquecer da Lucienne?! Gente, não tem como! Como não me esquecer a
felicidade que senti quando me falaram que a Lucienne tinha restaurado os
Profetas! Fiquei exultante quando fui trabalhar com ela! Imagina! Ainda por
cima amiga da Myriam Ribeiro?! Sorte a minha de ter servido ao seu lado no
Labdoc. Apesar de não ter sido umas das melhores e dos puxões de orelha, tenho
certeza que meus versos não seriam completos sem as manhãs na salinha!
Ivan, Ivan... No primeiro período te chamava de
“Ivan, o terrível”. Tinha certo receio de você, verdade… mas te chamei assim
bem no começo, antes mesmo de lhe conhecer, pois tudo mudou quando você nos
mostrou de onde vêm os nossos queridos bebes… Obrigada por ter me aceitado
aqui, um obrigado que você já ouviu embrulhado em lágrimas que eu tentei, em
vão, lhe esconder…
Versinhos meus, Labdoc querido, vou-me embora, mas retorno
para visitá-los! Uma hora a gente precisa ir, não é mesmo? O mundo é feito de
mudanças e sei que elas são pra melhor, apesar de existirem gente que ainda diz
que não e as temem. Não sei como vai ser ano que vem e os próximos, mas sei que
todos os sentimentos que colhi aqui me transformaram em uma pessoa melhor, me
mostram os meus defeitos e eu pude vislumbrar o que eu não quero ser e o que
quero ser! Quero um pedacinho de todos que eu aprendi a amar em mim,
completando a minha poesia, cheia de alegrias, amor, uma pitada de sentimentos
ruins (que não foge ao ser humano) e principalmente autenticidade. Quero tudo
isso e desejo o mesmo a todos!
Gabi, minha irmãzinha querida, te amo! Angelita, minha
linda, quero você sempre comigo! Maria Elisa, minha estrelinha, confio em você!Maíra,
minha sincera amiga, o mundo é seu! Aline, nem tudo que reluz é ouro e nem todo
vagante é vadio! A vida é bela, não é mesmo Nat? E eu adoro muito você! Aninha,
meu exemplo de como se comportar, te adoro também! Alessandro, Emanuel, Róbson,
Marquinhos. Homens labdoquianos! Prossigam sempre avante! Wágner, sorte pra
você por aqui, garanto que sorte é o melhor talismã para a vida.
Queridos, au revoir, see you, até logo e avante!
Obrigada por tudo e desculpa qualquer coisa…
Últimos desejos:
Deixo meu Jaleco pra lavar...
Sorte para aquele que irá
tomar conta do meu escaninho e conseqüentemente herdará o meu jaleco e meu
lugar. Honre meu nome, aquele que ocupar minha cadeira, diga a todos como eu
fui uma ótima pessoa! Quero que Natália, Ana Célia e Aline conte as proezas que
eu realizei na salinha e de como eu era uma pessoa... Como é mesmo Nat? “Olha
que louca essa Kellen”… Lucienne, não as deixe mentir, por favor!
Já estou com saudades…
Nenhum comentário:
Postar um comentário