Breve histórico...

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"O diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um, e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove." Fernando Sabino

quarta-feira, 19 de março de 2014

Em ritmo folk, leia.

Sou o oposto dos seus olhos castanhos,
tenho em mim todas as angústias do mundo
ao mesmo tempo que os sonhos saltam pelos olhos.

Sou a cigana que leu sua mão
e disse que você encontraria o amor,
o verdadeiro amor na dobra da esquina.

Sou a ladra de desejos
que roubou seu coração e o quebrou
na curva do caminho.

Eu disse que tudo ficaria bem,
mas eu menti como uma vadia descarada
e fui embora sorrindo!

Eu cantarolava o fim daquele inferno
que você chamava de amor.
Eu fui embora liberta e te lancei ao inferno.

Não tenho culpa se a sua cicatriz ainda lateja
em dias de lua cheia ou em dias de chuva,
pois eu sou o oposto dos seus olhos castanhos...

Eu não choro no quentinho da cama,
eu abro a boca a plenos pulmões quando me dá vontade,
Não sou aquilo que você chamava de fantoche.

Sou a ladra de desejos
que roubou seu coração e o pisoteou com fúria
na sua cara, na sua lata, na sua porta.

Eu sou a cigana dissimulada de olhos bonitos,
Sempre me disseram isso: olhos bonitos
que fazem chorar aqueles que a amam.

Eu ensinei a você o amor,
te dei a minha mão quando caiu,
e sorri quando me apunhalou pelas costas.

Tenho certo orgulho da minha maldade,
da forma fria como desferi meu golpe.
Saibam todos que há beleza na vingança...

O preço é alto, não é algo barato.
Minha alma não está a venda e meu coração
vale muito mais que sua vida triste e vazia.

Eu sou o oposto de seus olhos,
porque os meus olhos são curiosos
e não olhos preguiçosos.

Sou eu, a cigana maldita de seus sonhos,
você me machucou profundamente e eu
simplesmente disse adeus.

Não sou tão sentimental quando se trata de cuidar
daquilo que me trás humanidade.
Desejo felicidade a você.

Felicidade longe de mim,
justamente porque agora eu encontrei
os olhos que são os meus olhos,

Eu encontrei a alma que completa a minha alma,
que me transforma nos clichês mais batidos,
que me faz mulher e que me faz criança.

Encontrei o conquistador destinado
a dobrar minha impetuosa personalidade,
encontrei o amor nos olhos mais calmos do universo...

Hoje tenho todos os sonhos do mundo
e uma realidade dura, porém linda,
feliz, realizadamente feliz.

Já não me escondo mais atrás da capa
vermelha da vadia que quebrou seu coração.
Hoje, corro os riscos de ter o meu quebrado...

Mas não ligo.
"Eu rio na cara do perigo",
como dizia aquele desenho antigo...

E desejo a você,
meu nada amigo,
uma vida longa e doce,

Uma vida cheia de coisas lindas
e de amores eternos,
que a lua da colheita brilhe em seus dias,

Porque a minha é crescente,
jovem e firme como tem que ser,
porque os sonhos precisam ser realizados,

e não podem esperar que outros conquistem
para mim,
o lugar que me é destinado.

E quando sua cicatriz parar de latejar,
volte e sorria para mim,
pois não sou culpada da sua consciência pesada.




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