Breve histórico...

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"O diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um, e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove." Fernando Sabino

quinta-feira, 18 de março de 2010


Queria ser o seu céu, o seu mar, a tua terra e cada pedacinho do fogo que arde em seu coração.

Mas não sou nada do que é belo no mundo, sou apenas mais um risco imperfeito da criação.

Se eu pudesse escolher um dia, escolheria aquele que vi seus olhos de universo inteiro pela primeira vez.

Ah... a primeira vez é tão nostálgica quanto sair em uma manhã fria lembrando-se da cama queitinha...

Primeira vez... tão lindo! Momentos tão únicos, o primeiro dia do resto de nossas vidas... A paixão dolorida, o amor (des) eterno e a mente brilhante... o esquecimento rotineiro...



Primeira vez queria voltar, voltar aos seus olhos de universo inteiro e me perder em devaneios eternos de uma noite de chocolate branco e violão, me consumindo por inteiro.

Segunda vez não perde a graça, melhora. O tempo melhora tudo, só estraga o que já nasceu torto, imperfeito.



O tempo, senhor dos nossos caminhos, abre espaço para o pensamento eterno, para o abraço desconexo com a realidade. O ontem já não é e o amanhã um horizonte de expectativa que nunca se alcança e sempre cansa a forma como procuramos. Melhor viver sempre a eterna experiencia, de dias iguais, de noites diferentes e madrugadas eternas.



A ultima vez que vi aqueles olhos de universo inteiro foi a quase duas horas atrás e o mesmo encantamento me acelera o coração e revira minhas entranhas com a esperança de mais um dia, de mais um momento de magia e expectativa. O tempo não deixa um horizonte mais claro, vivemos na ânsia venenosa do amanhã e esquecemos de viver o tempo presente. O passado é passado, mas é sempre revivido no presente. Revivo o passado no presente momento em que encaro aqueles lindos olhos de universo inteiro. O universo inteiro cabe ali. O meu universo inteiro em dois olhinhos castanhos que brilham mais que a lua cheia em sexta-feira da paixão...



Se eu pudesse escolheria ser seu céu, o seu mar, a terra firme por onde anda e o fogo ardente em seu coração. Se eu pudesse voltaria na terceira vez que nossos olhos faiscaram e que você me disse que eu já não seria mais seu horizonte de expectativa. O passado não lhe serve mais como experiência e o presente, pouco importa, empurra.



Se eu pudesse não seria a romântica perdida, a poeta vazia de versos e temporalidades, seria apenas mais uma canção de amor perdida e sentada no cais de porto, esperando e observando o tempo, o vento, a memória...




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