Andava tão atarefada... andava tão vazia... O verão tem efeito contrário em meu coração: devasta. Já o outono me acalma, me coloca nos braços e canta cantigas antigas de amor... Gosto muito do outono. É o anúncio do inverno, período em que meu coração queima como brasa ardente, queima como vela nova em candelabro, queima como um coração apaixonado.
A alma que tem poder sobre a minha novamente me encantou. Devastou meu coração como um tufão castanho. Aqueles olhos... são aqueles olhos o meu tormento. São aqueles olhos que busco e que vou buscar cada dia mais. Quero o sorriso também, quero os pensamentos e as palavras mais puras. Mas ainda é outono e as coisas só florescem após um longo período de inverno para, então, nascerem na primavera.
Quero. É apenas o que sei dizer. Quero muito porque gosto muito. Não adianta tomar cuidado com as palavras. A gente se revela muito mais sem falar... Ainda é outono... e não venta. O inverno não tarda a chegar. E quando ele passar, logo vem a primavera... O florescer muda tudo, muda todas as coisas...
Quero me arriscar, deixar meus cabelos ao vento, quero me entregar de corpo, alma e pensamentos, o outono me deixa pensando... o outono vem me preparando para o longo inverno... tenebroso e necessário inverno. Só quero a primavera quando aqueles olhos, que tem poder sobre mim, revelar o que tanto lhe assombra, o que tanto lhe reprime... Medo não combina muito com o outono.
Eis que o sentimentalismo voltou.
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